Um achado: Coletânia de Poetas na Baixada

Em meio as provas da faculdade, as 300 montagens de coreografias, relatórios, questionários, grupos de pesquisa, papeladas do estágio para assinar em mil vias – uma em cada ponto do planeta, seminários, aulas assassinadas, dentes brigando por espaço, um calor cheirando a enxofre, manter-se alimentada e hidratada, chegou às minhas mãos uma coletânea do Fanzine Desmaio Públiko dos anos 90 de Poetas na Baixada (da Baixada Fluminense), organizada por Moduan Matus – poeta iguaçuano que já tem publicado mais de 17 títulos. Me  surpreendi logo na primeira página, logo em seguida me surpreendi por ficar surpresa, talvez pela descoberta de um certo preconceito que me foi injetado – e que estou me tornando imune. Preconceito esse que me fazia não esperar que os poetas da região não corresponderiam às minhas exigências de leitora – bem pretenciosas, por sinal. Mesmo sem chegar a um conceito, as duas primeiras páginas já desmistificaram o preconceito. Vi  na poesia de Eud Pestana, uma sobriedade observadora (que tanto admiro nos poetas) mesmo quando o assunto é desesperador, um contemplar crítico e moderado pelos versos curtos (que vão predominar também nos outros autores do livro) e o conteúdo na medida que as reflexões fazem necessárias. Com uma dose de humor sofisticado, Eud abre a coletânea que me foi indicada para uma leitura quase-obrigatória, mas que foi para a cabeceira, junto aos livros agradáveis que leio porque quero e para descansar dos outros.


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